O Amadorzão e o torcedor
Márcio Sílvio - Diário da Região
O futebol amador foi um dos destaques do esporte osasquense nos anos 90. Grandes clubes das zonas Norte e Sul faziam as rodadas nos fins de semana. Campeonatos em várias categorias movimentavam temporada após temporada. E assim, os vários campos da várzea eram ocupados seguidamente por jogaços que hoje são lembrados em páginas de jornais e em fotos velhas. Nas finais dos grandes campeonatos, por exemplo, o estádio do Rochdale era aberto para aquela movimentação. E quem viveu esse período, sabe que os clubes levavam muito mais torcida do que fariam posteriormente o Osasco Futebol Clube, o Esporte Clube Osasco e agora, o Grêmio Esportivo Osasco - times do futebol profissional.
Essa diferença nas arquibancadas, no entanto, anunciava o abismo que definiria a cultura do futebol no município - águas que não se misturariam jamais. Atualmente o amadorzão é um terreno restrito, que não tem o impacto de outrora e que nada faz para mudar isso. A Liga de Futebol Amador acomoda-se com esse toque de bola reservado e, como o ano entra no semestre final, não deve mudar o andar da carruagem.
Mas com o futebol amador assim distante, o profissional sofre conseqüências. Se o amadorzão de Osasco fosse ativo com a cidade, certamente haveria mais interação das várias torcidas ao futebol profissional. Por outro lado, os vexames de mais de uma década do Osasco Futebol Clube foram verdadeiros tóxicos para espantar todo mundo. Depois veio o ECO, que chegou à primeira divisão. Esse clube tinha tudo para conquistar a cidade. Mas o ECO foi um time reservado, com portões blindados e sem interesse em tabelar com a torcida. Assim, acabou morrendo sozinho.
Surge o Grêmio Esportivo Osasco, que paga o pato por toda essa história. A torcida do futebol amador, que forma um batalhão, está sabendo do GEO, mas não vai aos jogos no Rochdalão. Parece que o Grêmio Osasco precisa provar mais alguma coisa para merecer apoio. A Liga de Futebol Amador não tem mais interesse algum e, portanto, se um dia o Rochdalão contar mais de mil torcedores num jogo profissional, será mérito exclusivo do GEO. Tomara! Se o futebol profissional vingar, pode ser que algum fogo atice e desperte o amadorzão.
05 agosto, 2008
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