05 agosto, 2008

NA IMPRENSA

O Amadorzão e o torcedor
Márcio Sílvio - Diário da Região

O futebol amador foi um dos destaques do esporte osasquense nos anos 90. Grandes clubes das zonas Norte e Sul faziam as ro­dadas nos fins de semana. Campeonatos em várias categorias mo­vimentavam temporada após temporada. E assim, os vários cam­pos­ da várzea eram ocupados seguidamente por jogaços que hoje são lembrados em páginas de jornais e em fotos velhas. Nas finais dos grandes campeonatos, por exemplo, o estádio do Rochdale era aberto para aquela movimentação. E quem viveu esse período, sa­be que os clubes levavam muito mais torcida do que fariam pos­teriormente o Osasco Futebol Clube, o Esporte Clube Osasco e agora, o Grêmio Esportivo Osasco - times do futebol profissional.

Essa diferença nas arquibancadas, no entanto, anunciava o abis­mo que definiria a cultura do futebol no município - águas que não se misturariam jamais. Atualmente o amadorzão é um ter­reno restrito, que não tem o impacto de outrora e que nada faz para mudar isso. A Liga de Futebol Amador acomoda-se com es­se toque de bola reservado e, como o ano entra no semestre fi­­nal, não deve mudar o andar da carruagem.

Mas com o futebol amador assim distante, o profissional sofre con­seqüências. Se o amadorzão de Osasco fosse ativo com a ci­da­de, certamente haveria mais interação das várias torcidas ao fu­tebol profissional. Por outro lado, os vexames de mais de uma dé­cada do Osasco Futebol Clube foram verdadeiros tóxicos para es­pantar todo mundo. Depois veio o ECO, que chegou à primeira di­visão. Esse clube tinha tudo para conquistar a cidade. Mas o ECO foi um time reservado, com portões blindados e sem interesse em tabelar com a torcida. Assim, acabou morrendo sozinho.

Surge o Grêmio Esportivo Osasco, que paga o pato por toda es­sa história. A torcida do futebol amador, que forma um batalhão, es­tá sabendo do GEO, mas não vai aos jogos no Rochdalão. Parece que o Grêmio Osasco precisa provar mais alguma coisa para me­re­cer apoio. A Liga de Futebol Amador não tem mais interesse al­gum e, portanto, se um dia o Rochdalão contar mais de mil tor­cedores num jogo profissional, será mérito exclusivo do GEO. Tomara! Se o futebol profissional vingar, pode ser que algum fogo ati­ce e desperte o amadorzão.

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